terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pintor maranhense comemora 40 anos de arte

por Samartony Martins

Uma vida dedicada às artes plásticas. E lá se vão quatro décadas e um monte de recordações impressas em telas e esculturas nascidas pelas mãos de Francisco Sousa Ferreira, popularmente conhecido como Fransoufer. Autodidata desde os sete anos, o artista plástico, que hoje está com 55 anos, descobriu o seu dom ao fazer suas primeiras esculturas em uma olaria em Jaburu, povoado do município de Bequimão. Ao descobrir o poder das tintas não parou mais de produzir, tornando o hábito de pintar uma necessidade vital. 


Para celebrar seus 40 anos nas artes plásticas no Maranhão, Fransoufer faz uma retrospectiva de sua história com a exposição Sacro Santo que entra em cartaz quarta-feira (5), a partir das 19h, na galeria de Arte Maggiorasca, na Pizzaria Maggiorasca, Av. Litorânea - Calhau. 


Com temática exclusivamente religiosa, o artista apresenta ao público 30 telas pintadas nas décadas de 1970, 1980, 1990, e algumas produzidas após a virada do milênio. "Todas as telas pertencem ao meu acervo pessoal. É tudo aquilo que pintei e guardei ao longo deste tempo. Quando se fala em retrospectiva, normalmente pensa-se em peças que foram vendidas pelo artista e que são cedidas por colecionadores para compor a exposição. No meu caso não vou precisar recorrer a este argumento porque tenho um acervo muito grande que mostra a evolução do meu trabalho", explicou Fransoufer.

O artista acrescentou que buscou inspiração nos santos populares como São Francisco, São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida, Santa Clara, Cosme e Damião, São João, São Benedito e outros pintados de formar única por Fransoufer. Compõe a exposição telas como Procissão de Beatas onde Fransoufer estampa a fé dessas mulheres que clamam por chuvas na região nordeste, retratada por ele na técnica óleo sobre tela, no início de 1970. 
 (Arquivo Pessoal/Divulgação)
Outras trabalhos de destaque são as telas São João com o bumba meu boi, de 1982 e um São Gonçalo feita em técnica mista de colagem e óleo sobre tela. "São Santos reverenciados pelo povo de um modo geral. Estes Santos tornaram-se referência de fé, milagres, proteção, e de agradecimentos pelas graças alcançadas por grande parte da população que busca no divino forças para continuar seguindo em frente", disse o artista. 

Fransoufer confessou que a inspiração de seu trabalho parte de suas vivências, estudos, pesquisas e observações do cotidiano. Além de pinturas e esculturas, produz também tecelagem. Em seus trabalhos, Fransoufer gosta de retratar a fauna e flora. Na pintura ele usa óleo sobre tela, na escultura modela a argila no formato do que deseja e tira a fôrma em gesso, que é chamada "perdida" e depois faz a cópia da original em fibra de vidro. No início da carreira, em 1970, Fransoufer buscou referências em artistas como André Breton, Salvador Dalí e De Chirico. Depois participou de coletivas com outros jovens artistas, e mais tarde individuais, realizadas em Brasília e Goiânia.
 (Arquivo Pessoal/Divulgação)

De volta ao Maranhão, em 1977, conheceu o pintor húngaro Nagy Lajos que iria influenciar decisivamente na carreira do jovem pintor, ensinando-lhe o manusear do pincel e da espátula, a dosar as cores, a usar a luz, a desvencilhá-lo das formas anatômicas , atreladas ao estilo clássico e libertá-lo das amarras das escolas, seguidas pelo maioria dos colegas maranhenses, adotando um estilo próprio através do qual pudesse melhor expressar-se.

Em busca de conhecimento, o pintor realizou duas viagens de estudo na Europa. Na primeira visitou os Museus do Prado, em Madrid, o Louvre em Paris, oportunizando conhecer as obras de grandes pintores e escultores mundiais, principalmente as cerâmicas de Pablo Picasso, resultando, dessa viagem mais uma nova vertente em sua trajetória artística. Também visitou museus em Lisboa, no Vaticano, Milão, Nápoles e outras cidades italianas, inclusive Pompéia. Na segunda viagem, mais demorada, passou um mês em Londres, expondo desenhos elaborados durante a sua estadia, na Galeria Embassy da Universidade de Wimbledon. Visitou, também, a Escócia e Viena, na Áustria. Com uma produção diária em seu ateliê em São Luís, Fransoufer, disse estar feliz com o atual momento que passa a sua vida pessoal e artística. Fonte: O Imparcial

2 comentários:

Regilene Assunção Borges disse...

ÓTIMO CONTEÚDO...PARABÉNS...

deborah disse...

Que bom que encontrei este artigo porq vi num documentário na NET mas como peguei na metade nao repetiram o nome nem a cidade do pintor. Belissimo trabalho. Vou pesquisar mais sobre ele.