Mulher vota em mulher sim!

Eliana Calmon

Já houve um tempo em que os 'machistas inveterados' difundiam a ideia preconceituosa de que mulher não vota em mulher por sentir inveja da outra e por isso não se dispõe a ajudar uma pessoa do mesmo sexo a crescer na vida. Mas isso é coisa do passado porque as mulheres adquiriram a consciência de que se uma mulher não defende os interesses de outra mulher, ninguém o fará. Uma vez que uma mulher entende e sente melhor os problemas das outras mulheres.   

A eleição de Dilma Rousseff para a presidência da república, com uma votação espetacular, demoliu de vez uma teoria conspiratória que se revelou inócua e absolutamente inconsequente com o passar do tempo.

O movimento feminista desempenhou um papel muito importante na formação de uma consciência feminina, que libertou a mulher da condição de Mariazinha, da mulher de copa e cozinha, da mulher essencialmente doméstica e que deveria permanecer na humilhante condição de amante, de deposito de esperma e serviçal do homem que se nega a ver na mulher, uma companheira, alguém que lhe é igual.  

A mulher,ao sair de casa para trabalhar, deu o primeiro passo para conquistar a sua independência, autonomia e porque não dizer liberdade? Hoje em dia a mulher divide as despesas domesticas com o homem e em alguns casos, já divide até as fainas do lar com homens que evoluíram no sentido de compartilhar deveres e obrigações.

A mulher, nos dias de hoje, já disputa espaço no Mundo Corporativo de modo a preocupar o homem quanto ao seu futuro no comando das grandes corporações. Na política brasileira, com a vitória de Dilma Rousseff em 2010, as mulheres se sentiram estimuladas a também ingressarem num campo antes tido como reserva de mercado para os homens.

Não querer ter filhos antes de ter alcançado a sua independência financeira é o primeiro passo dado pela mulher na direção de um futuro onde o sexo feminino não depende mais do homem para viver e se sentir realizada. 

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