Essa enorme parede insuperável é feita de tempo passado, presente
e futuro.
Paro diante dessa parede e sinto-me incapaz de tentar
transpô-la, porque enorme e muita alta para ser vencida por um homem que se sente
acabrunhado, fraco e sem ânimo para encarar esse imenso desafio.
Não sou covarde, reconheço, sou inteligente o suficiente
para saber das minhas limitações e ponderar sobre se vale à pena tanto sacrifício
para nada. É que depois dessa parede gigante existe o nada, o vazio e o desconhecido.
Hoje, depois de já ter vivido tanto tempo e me sendo
limitado pelo meu corpo físico que definha a olhos vistos, não me sinto bem e
confortável refletindo e fazer planos para o futuro. É que para mim o futuro é
agora, neste momento e já.
O que me reserva o futuro? Não é preciso ser vidente para
saber que o futuro me reserva precariedade e a inevitabilidade da morte.
Por Joachim Arouche
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