burroughs
na amazônia
replicando
o pajé que soprou
a fumaça do tabaco
sobre o vinho bárbaro
que enfim se revelava
a seus lábios de navalha
william s. burroughs soltou a névoa
do mata-ratos que usava desde que
trocara o deserto mexicano
pelas vielas da amazônia
sobre a cuia que o poema imagina de barro
ou velha caneca enrugada
fim da busca pelo barato definitivo
que deveria curá-lo da doença da heroína
a fumaça do tabaco
sobre o vinho bárbaro
que enfim se revelava
a seus lábios de navalha
william s. burroughs soltou a névoa
do mata-ratos que usava desde que
trocara o deserto mexicano
pelas vielas da amazônia
sobre a cuia que o poema imagina de barro
ou velha caneca enrugada
fim da busca pelo barato definitivo
que deveria curá-lo da doença da heroína
o gesto
ritual reencenado
pode ser visto como um espasmo
de ironia senhorial
na mente do junkie egresso de harvard
ou como a silenciosa expressão
do mais puro júbilo
Inteiramente impossível
em outras circunstâncias.
pode ser visto como um espasmo
de ironia senhorial
na mente do junkie egresso de harvard
ou como a silenciosa expressão
do mais puro júbilo
Inteiramente impossível
em outras circunstâncias.
Fernando Abreu é um
poeta, letrista e escritor maranhense. Tem quatro livros de poemas publicados,
sendo o mais recente Manual de Pintura Rupestre (7 Letras, 2015). Antes
vieram Aliado Involuntário (Exodus, 2011), O Umbigo do Mudo
(Clara Editora, 2003) e Relatos do Escambau (Exodus, 1998). Como letrista, tem
parcerias com Zeca Baleiro, Chico César, Marcos Magah e Nosly, entre outros.
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