É preciso desvincular o nosso sistema político do poder
econômico, torná-lo mais próximo do povo e voltado para o resgate da cidadania.
O escândalo do Petrolão e as ações da Operação Lava Jato,
estão revelando ao país, a relação promiscua que se estabeleceu entre uma
classe política dependente do poder econômico e a classe empresarial que
financia campanhas de candidatos que se comprometem em sendo eleitos,
defenderem os interesses dos seus benfeitores.
As grandes corporações e entidades, como a Federação
Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a
Confederação Nacional da Agricultura (CNA) veem na classe política, um grande
investimento que se dá na forma de financiamento de campanhas, cujo retorno se
dá na votação de Leis e Emendas de interesse dessas entidades e das grandes
empreiteiras e montadoras.
A baixa renovação no Congresso Nacional se explica pela
facilidade dos congressistas com mais de um mandato, se relacionarem com o
mundo dos negócios.
A relação dos empresários Joesley e Wesley Batista, com o mundo
político brasileiro, que acaba de ser revelada ao país pela Operação Lava Jato
é apenas a ponta de um iceberg de uma
relação imoral que se dá entre políticos de todos os matizes e grandes empresários
de todos os setores da economia que se ajudam mutuamente e trocam favores.
Embora reconheçamos o papel pedagógico da Operação Lava
Jato e outras operações em curso, como fatores inibidores de práticas nada
republicanas de parte de agentes públicos e o mundo empresarial, elas são
insuficientes para moralizarem o país.
Mais importante do que qualquer Operação desse jaez - é a
aplicação da lei, de modo a acabar com a impunidade. Se não for possível acabar
esse terrível mal, que pelo menos possamos reduzi-la a um nível tolerável.
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