Gen Gilberto
Rodrigues Pimentel
Presidente do Clube
Militar
Não é necessário ser
vidente, muito inteligente ou entender de análises políticas para saber que
2018 será um ano de enormes desafios, em todos os sentidos, isso se ficarmos só
por aí. As pré-campanhas eleitorais de candidatos ainda incertos e alguns,
altamente, improváveis vêm deixando claro que há perigoso radicalismo e
indisfarçável ódio disseminados no seio de uma sociedade partida, uma vez que grande
parte dela não consegue, por desinformação, aceitar a crua realidade dos fatos,
enquanto outra, por variados motivos, simplesmente se recusa. Ainda ontem, o
Ministério Público Federal devolveu aos cofres da Petrobrás a quantia de 650
milhões de reais que lhes foram roubados e que correspondem apenas a uma
pequena parte do total desviado da nossa maior empresa. Que mais faltaria para
escancarar o assalto de que somos vítimas?
Há muitos pretendentes a
seguir na vida pública que têm contas a ajustar com a lei por força desses
gravíssimos crimes praticados contra a Nação e muitos outros, eternos
oportunistas hipócritas, à sombra deles, todos juntos, dispostos a tudo, mas
tudo mesmo, para reviver a era que culminou com o impeachment de uma presidente
e que levou o País à situação caótica que hoje vivemos.
É bem verdade que o que
veio pós-impedimento da primeira mandatária petista, nem de longe correspondeu
ao que necessitávamos, sobretudo nos aspectos ético e moral, para a retomada do
destino do Brasil que nós, os homens de bem, tanto sonhamos.
Se houve algum progresso
no reajuste da economia que andava em frangalhos, no meio político, parece
inequívoco que até soaram mais escandalosos os casos de corrupção praticados
por homens públicos nesse período, como revelado com tanta clareza pela
Operação Lava Jato.
A Justiça, de quem
deveríamos esperar posições firmes, duras e definidas contra esses cínicos
bandidos do colarinho branco tem entre seus membros, nitidamente, parcela de
juízes que mais parecem agir como seus aliados, sobretudo no seu mais alto
escalão, o Supremo Tribunal Federal. Está dividido, fica muito claro, ao vivo e
em cores, ou por motivações ideológicas ou outras até mais inaceitáveis entre
magistrados. Basta observar as votações. Dois grupos quase que definidos em
permanente oposição, cujas decisões apresentam pouco comprometimento com os
reais interesses da sociedade. Muita desfaçatez expressa, e raramente se faz a
justiça que ansiamos e que necessitamos diante de tanta sujeira. Diluem-se nossas
esperanças de chegar às eleições de 2018 com um rol de candidatos ao menos
palatáveis.
Vai ser dura a luta, não
tenhamos dúvidas, mas vai ser a sociedade quem terá de enfrentá-la, reunindo
força, determinação e seu poder legítimo para negar a volta aos tempos do
Mensalão, ou que se frustrem os esforços dos valentes juízes de Curitiba para
levar a termo a Operação Lava Jato. Temos que caminhar para diante, rejeitando
novo governo de qualquer dos envolvidos nesses esquemas. E podem crer, há muita
gente à espreita, tanto na linha de frente, em busca da inexplicável impunidade
pelos crimes praticados como dos impudentes que disso se beneficiariam.
Muitos poderão alegar
que as outras candidaturas disponíveis não são também aquelas que sonharam.
Paciência, mas a volta de implicados no Mensalão, na Lava Jato ou em qualquer
outro esquema criminoso não se constitui alternativa. Seria, simplesmente, o
reconhecimento e aceitação de viver num estado bandido.
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