sábado, 17 de março de 2018

Currais eleitorais ainda existem?



O curral eleitoral é uma expressão utilizada por cientistas políticos e historiadores brasileiros na República Velha que indicava uma região onde um político possuía grande influência, era bastante conhecido ou onde ele era muito bem votado.

A origem da expressão vem do tempo em que o voto era aberto. Assim, os coronéis ou chefes políticos, como também eram conhecidos os coronéis que na campanha eleitoral e principalmente no dia da eleição mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar e ganhar votos dos eleitores. As regiões controladas politicamente pelos coronéis que manipulavam votos eram conhecidas como currais eleitorais. Nesses locais o coronel oferecia ao eleitor trabalho, dinheiro, moradia, para em troca votar em seu candidato.

Atualmente, ainda se usa essa expressão para definir uma forte intimidação e pressão feita sobre os eleitores, em geral, de baixa escolaridade e poder aquisitivo. Não custa nada lembrar que qualquer recompensa ou ameaça é proibida por lei no artigo 301 do Código Eleitoral, com reclusão de até quatro anos.

Mas, a pergunta é: ainda existem currais eleitorais no Brasil? É óbvio que sim, só que os coronéis e os chefes políticos se modernizaram e hoje agem de maneira mais discreta e usando os programas sociais do governo federal e as obras realizadas pelos ministérios. Programas como o Bolsa Família, Luz Para todos e o programa Água Para Todos no semiárido nordestino e a construção de poços artesianos são usados como moeda de troca de votos.

Nas regiões mais carentes do país, como a região Nordeste e Norte, a figura do coronel da política ainda é muito presente, haja vista, a falta de emprego, a pobreza absoluta que ainda impera e o baixo nível de escolaridade dos eleitores dessas duas regiões.  

Falar da compra de votos e do papel do cacique ou coronel da política nessas duas regiões, ainda é bastante comum. Não é à toa que muitos políticos nortistas e nordestinos acumulam muitos mandatos. Nas regiões Norte e Nordeste, também é muito comum se ouvir falar da compra de votos. Tem até a figura do “vaqueiro”, o cara que leva o gado manso para o curral.

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