segunda-feira, 23 de abril de 2018

O tempo de TV no palanque eletrônico é crucial



Na primeira eleição presidencial direta após o fim dos governos militares, um candidato outsider, calvo e barbudo notabilizou-se ao aparecer diariamente na propaganda da TV com um discurso extremamente rápido é que era encerrado com o bordão "meu nome é Enééééas!". Daqui a alguns meses, dois concorrentes ao Palácio do Planalto podem reviver os apuros enfrentados por Enéas Carneiro nas suas três candidaturas (1989, 1994 e 1998), pois ocorre que os pré-candidatos Marina Silva, Jair Messias Bolsonaro, terão menos do que 15 segundos de aparição no horário eleitoral.
                                
Cálculo feito jornal Folha de S. Paulo, para o tempo a ser distribuído entre os candidatos em 2018 mostra Marina com 12,8 segundos e Bolsonaro com 10 segundos em cada bloco – um à tarde e outro à noite, nas terças, quintas e sábados dos 37 dias que antecedem o 1º turno. Em 1989, Enééééas Carneiro teve 15 segundos para dizer: meu é nome é Enééééas!!! Nem o seu sobrenome ele podia dizer, porque o seu teu tempo não lhe permitia.

Sem tempo suficiente na televisão para mostrar seu programa de governo, justificar sua candidatura e estabelecer uma comparação entre um candidato e outro, a chance de um candidato que não dispõe de nem um minuto no palanque eletrônico ganhar uma eleição é praticamente zero. A não ser que esse candidato seja um fenômeno e consiga com uma só frase convencer um eleitor cético e desiludido com a sua classe política.


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